sábado, 16 de dezembro de 2006

ATITUDE


Minha esperança perdeu seu nome...

Fechei meu sonho, para chamá-la.

A tristeza transfigurou-me

como o luar que entra numa sala.

O último passo do destino

parará sem forma funesta,

e a noite oscilará como um dourado sino

derramando flores de festa.

Meus olhos estarão sobre espelhos, pensando

nos caminhos que existem dentro das coisas transparentes.

E um campo de estrelas irá brotando

atrás das lembranças ardentes.


Cecília Meireles

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

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Ne rie pas de moi mon ange joli. Par toi – nuits j’ai veillé em pleurant. Par toi – dans lês rêves mourrai em souriant

"não ria de mim meu anjo lindo. Por ti- noites eu velei chorando. Por ti- nos sonhos morrerei sorrindo."

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Pablo Neruda

PANTHEOS

OH PEDAZO, pedazo de miseria, en qué vida
tienes tus manos albas y tu cabeza triste?
...Y tanto andar, y tanto llorar las cosas idas
sin saber que qué dolores fueron los que tuviste.
Sin saber qué pan blanco te nutrió, ni qué duna
te envolvió con su arena, te fundió en su calor,
sin saber si eres carne, si eres sol, si eres luna,
sin saber si sufriste nuestro mismo dolor.
Si estás en este árbol o si lloras conmigo,
qué es lo que quieres, pedazo de miseria y amigo
de la cansada carne que no quiere perderte?
Si quieres no nos digas de qué racimo somos,
no nos digas el cuándo, no nos digas el cómo,
pero dinos adónde nos llevará la muerte...


PANTHEOS

OH PEDAÇO, pedaço de miséria a vida,
onde estão tuas mãos alvas e a cabeça triste?
... E tanto andar, e tanto chorar coisas idas
sem saber como foram as dores que tiveste.
Sem saber que pão branco te nutriu, que duna
te envolveu na areia e te fundiu no seu calor,
sem saber se eras carne ou sol, se lua ou tuna,
sem saber se sofreste a nossa mesma dor.
Se estás nessa mesma árvore e choras comigo,
o que queres, pedaço mísero e amigo,
dessa cansada carne que te quer consorte?
Se quiseres não nos digas que ramos somos,
não nos digas o quando, nem nos digas como,
mas nos digas para onde nos levará a morte...

PABLO NERUDA

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

*+*

Vento me leve pra longe
Onde eu possa levar minha alegria
E encontrar a felicidade

Beijar lábios doces e quentes
E deixar-me desmanchar em abraços

Vento sopre com seu hálito quente
E me leve rumo à eternidade.

Mika Machado*

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Desabafo

Não sei mais o que fazer...

Não te entendo, está tudo tão confuso.

Uma hora ages de um jeito, depois mudas completamente.

Será que minha vida vai ficar assim indefinida?

Ah, como quero entender, quero respostas, quero soluções.

Pareço como o vento que sempre muda de direção, corre pra todos os lados e nunca se fixa em lugar. Quando passa revira mentes, corações, almas, sentimentos. E vai embora sem nem olhar para trás e depois sente saudades dos lugares por onde passou. Mas quando retorna tudo está mudado e ninguém nem se lembra mais.

Vida em constante indefinição, cheia de altos e baixos, mais baixos que altos, e com esse desespero latente e em brasa a queimar a alma.

Quanto tempo mais? Quantos mais?

Sonhos e esperanças despedaçados, queimados como se não fossem nada.

E agora o que fazer, como sair dessa confusão?

Onde encontrar a solução, novos sonhos, novas esperanças?

A ferida aberta não quer cicatrizar, só aumenta a cada dia que passa.

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Distantes Demais


Somos Somente a fotografia.
Dois navegantes perdidos no cais
Distantes demais

Somos instantes, palavras, poesia
Dois delirantes ficando reais
Distantes demais

Noites de sol, loucos de amar,
Quem poderia nos alcançar.
Eu e você, sem perceber,
Fomos ficando iguais,
Longe,
Distantes demais

(Lenine/Dudu Falcão)

terça-feira, 22 de agosto de 2006

Desaparecido


Me llaman el desaparecido
Que cuando llega ya se ha ido
Volando vengo, volando voy
Deprisa deprisa a rumbo perdido
Cuando me buscan nunca estoy
cuando me encuentran yo no soy
El que esta enfrente porque ya
Me fui corriendo mas alla

Me dicen el desparecido
Fantasma que nunca esta
Me dicen el desagradecido
Pero esa no es la verdad
Yo llevo en el cuerpo un dolor
Que no me deja respirar
Llevo en el cuerpo una condena
Que siempre me echa a caminar

Me llaman el desaparecido
Que cuando llega ya se ha ido
Volando vengo, volando voy
Deprise deprise a rumbo perdido

Yo llevo en el cuerpo un motor
Que nunca deja de rolar
Yo llevo en el alma un camino
Destinado a nunca llegar

Me llaman el desaparecido
Cuando llega ya se ha ido
Volando vengo, volando voy
Deprisa deprisa a rumbo perdido

Perdido en el siglo...
Siglo veinte...
Rumbo al veinti uno

______Mano Chao_____

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

NO QUIERO ARMAS


No Quiero Armas
No Quiero Luchas
No Quiero Tantas Sombras
La Luz Se Apaga
Quiero Sus Sueños
La Voz Que Calla
Quiero Una Canción

Y Si Es Presiso
Yo Te Encuentro
Por Amor a Todo
Que Recuerdo

Encuanto Espero
Se Pasan Dias
Y Ya no Soi
El Mismo Hombre De Otro Ayer
El Tiempo Escribe
Sin Piedad
En El Rostro Marcas, Sombras

(Composição: Duca Leindecker)

quinta-feira, 8 de junho de 2006

.*+*.


Dormimos. Eis que um sonho nos envenena o sono.
Despertamos. Um pensamento errante contamina o dia.
Sentimos, imaginamos, refletimos, rimos, choramos,
Abraçamo-nos à dor, ou libertamo-nos das penas,
Vário é o caminho, mas para a alegria ou a tristeza,
É sempre franco,
O amanhã jamais igualará o ontem;
Nada, exceto o mutável, pode perdurar!


quarta-feira, 12 de abril de 2006

Ao Fim de Tudo


Minhas lágrimas não caem mais,
Eu já me transformei
em pó
E os meu gritos não se escutam mais
Estão na direção do Sol
Meu futuro não me assusta ou faz
Correr pra desprender o nó
Que me amarra a garganta atraz
O vazio de viver só...

Se alguém encontrou um sentido para a vida, chorou
Por aumentar a perda que se tem ao fim de tudo transformando o silêncio que até então é mudo
Naquela canção,
que parece encontrar a razão
Mas que ao final se cala frente ao tempo que não para frente a nossa lucidez.
Composição: Duca Leindecker

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Arame Farpado



Seria engraçado se não fosse triste
acesso negado, a gente não existe

Arame farpado, silêncio de chumbo
seria absurdo se não fosse lei

A serpente troca de pele
a gente não esquece
o avião reabastece sem deixar de voar

Não sofro mais, agora eu sei
o que nos faz sobreviver
não sofro mais, agora eu sei
o que nos fez sobreviver

Seria ruído se não fosse um sinal
só para iniciados, transe tribal

Seriam ruínas, mas a gente não esquece
o avião reabastece em pleno ar

Não sofro mais, agora eu sei
o que nos faz sobreviver
não sofro mais, agora eu sei
o que nos fez sobreviver

(Humberto Gessinger)

quinta-feira, 16 de março de 2006

Armas Químicas e Poemas



Eu me lembro muito bem, como se fosse amanhã

o sol nascendo sem saber o que iria iluminar
eu abri meu coração como se fosse um motor
e na hora de voltar sobravam peças pelo chão
mesmo assim eu fui à luta... eu quis pagar pra ver

Aonde leva essa loucura
qual é a lógica do sistema
onde estavam as armas químicas
o que diziam os poemas

Afinal de contas
o que nos trouxe até aqui, medo ou coragem?
talvez nenhum dos dois
sopra o vento um carro passa pela praça
e já foi... já foi
por acaso eu fui à luta... eu quis pagar pra ver

Aonde leva essa loucura
qual é a lógica do sistema
onde estavam as armas químicas
o que diziam os poemas

O tempo nos faz esquecer o que nos trouxe até aqui
mas eu lembro muito bem como se fosse amanhã

Quem prometeu descanso em paz
pra depois dos comerciais?
e quem ficou pedindo mais
armas químicas e poemas?

segunda-feira, 13 de março de 2006

SONHEI

música de: Lenine / Ivan Santos / Bráulio Tavares

Sonhei

E fui

Sinais de sim

Amor sem fim

Céu de capim

E eu olhando a vida olhar para mim

Sonhei

E fui

Mar de cristal

Sol, água e sal

Meu ancestral

E eu tão singular me vi plural

Sonhei e fui

Num sonho à toa

Uma leoa

Água de goa

E eu rogando ao tempo me perdoa

Sonhei

Pra mim

Tanta paixão

De grão em grão

Verso e canção

E eu tentando nunca ouvir em vão

Sonhei

Senti

Sol na lagoa

Céu de Lisboa

Nuvem que voa

Num país maior que uma pessoa

Sonhei

E vim

Mares de Espanha

Terras estranhas

Lendas tamanhas

E eu subi sorrindo esta montanha

Sonhei

Enfim

E vejo agora

Brilho de aurora

Mundos lá fora

E eu cantando adeus e indo embora

sexta-feira, 10 de março de 2006

" Violeta de Outono "

Uns e outros


Silêncio em mim

Espelhos planos

Saídas falsas ou solidão

Só esperando

Vagando em seu olhar

Tudo é deserto

Estranho lugar


Você sabe que não temos tempo

Dia eterno

Noite escura a dentro


Na escuridão

Relembrando planos

Quem se erguerá com o fogo nas mãos

Adormecido eu o vi chegando

Na madruga o sol vai chegar

Seus repassos

Luzes constantes

Apontam pra muito distante


Você sabe que não temos tempo

Tempestade

Noite escura a dentro


quinta-feira, 9 de março de 2006

* Vivo *

autores: Lenine / Carlos Rennó

Precário, provisorio, perecível

Falível, transitório, transitivo

Efêmero, fugaz e passageiro:

Eis aqui um vivo

Eis aqui um vivo

Impuro, imperfeito, impermanente

Incerto, incompleto, inconstante

Instavel, variável, defectivo

Eis aqui um vivo

Eis aqui

E apesar

Do tráfico, do tráfego equívoco,

Do tóxico do trânsito nocivo;

Da droga do indigesto digestivo;

Do cancer vir do cerne do ser vivo;

Da mente, o mal do ente coletivo;

Do sangue, o mal do soropositivo;

E apesar dessas e outras,

O vivo afirma, firme e afirmativo:

“O que mais vale a pena é estar vivo”

Não feito, não perfeito, não completo,

Não satisfeito nunca, não contente,

Não acabado, não definitivo:

Eis aqui um vivo

Eis me aqui

segunda-feira, 6 de março de 2006

.'.*.".. *..*¨.DOIS GUMES.¨*..* ..".*.'.


Uns e Outros
Composição: Cal/ Sérgio Bastos/ M. Hayena




Posso fingir

Posso fugir

Posso voltar até o início

Possso insistir ou desistir

Contando os passos pro precipício

As vezes o que é lindo aos olhos

Pode ser podre ao coração

Sentado no canto da sala

Bebendo em gotas a solidão

Hoje eu passei por tanta gente

Mas mesmo assim estou deserto

Vagando em torno de mim mesmo

Entre o irreal e o concreto

Eu vejo um vulto em outro quarto

Que poderia ser o meu

Preso em arames tão farpados

Que o próprio tempo me envolveu


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

TODOS OS CAMINHOS



autores: Lenine/ Dudu Falcão


Eu já me perguntei, se o tempo poderá
Realizar meus sonhos e desejos
Será que eu já nem sei por onde procurar,
Ou todos os caminhos dão no mesmo?
O certo é que não sei o que virá
Só posso te pedir
Nunca se leve tão a sério,
Nunca se deixe levar.
Que a vida é parte do mistério,
E é tanta coisa pra se desvendar.
Por tudo que eu andei, e o tanto que faltar,
Não dá pra se prever nenhum futuro.
O escuro que se vê, quem sabe pode iluminar,
Os corações perdidos sobre o muro.
E o certo é que eu não sei o que virá,
Só posso te pedir
Nunca se leve tão a sério,
Nunca se deixe levar.
Que a vida é a nossa vida passa
E não há tempo pra desperdiçar.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Bom Dia!



Não importa como o dia amanheça..
  
Coloque uma flor na janela,
  
Estampe um sorriso na face,
  
Esperança e otimismo no coração,


     
////
      (o o)
   .ooO(_)--Ooo-

         Amor no seu dia,
        
E os amigos por perto
        
Tudo na vida passa
        
Inclusive os dias ruins


               
////
              
(o o)
            .ooO(_)--Ooo-



domingo, 15 de janeiro de 2006

Viver

•.¸(`'•.¸ ¸.•'´) ¸.•'´)¸.•'´)
«`'•.¸.¤... ¤.¸.•'´»(¸.•` * (¸.•` *
(¸.•'´(¸.•'´ `'•.¸)`' •.¸)
¸.•´
Só existem dois dias do ano que nada
( `•.¸pode ser feito,um se chama "ontem"
`•.¸ )e outro "amanhã",portanto "hoje" é
¸.•)´
o dia certo para amar,acreditar,
(.•´ fazer,perdoar e principalmente
*´¨)
"VIVER"!!!
(`'•.¸(`'•.¸ ¸.•'´) ¸.•'´)¸.•'´)¸.•'´)
«`'•.¸.¤... ¤.¸.•'´»(¸.•` * (¸.•` *
(¸.•'´(¸.•'´ `'•.¸)`' •.¸)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

HAMLET

Ser ou não ser - eis a questão.

Será mais nobre sofrer na alma

Pedradas e flechadas do destino feroz

Ou pegar em armas contra o mar de angústias -

E, combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir;

Só isso. E como o sono - dizem extinguir

Dores do coração e as mil mazelas naturais

A que a carne é sujeita; eis uma consumação

Ardentemente desejável. Morrer - dormir -

Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!

Os sonhos que hão de vir no sono da morte

Quando tivermos escapado ao tumulto vital

Nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão

Que dá à desventura uma vida tão longa.

Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo,

A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso,

As pontadas do amor humilhado, as delongas da lei,

A prepotência do mando, e o achincalhe

Que o mérito paciente recebe dos inúteis.

Podendo, ele próprio, encontrar seu repouso

Com um simples punhal? quem aguentaria fardos,

Gemendo e suando numa vida servil,

Senão porque o terror de alguma coisa após a morte -

O país não descoberto, de cujos confins

Jamais voltou nenhum viajante - nos confunde a vontade,

Nos faz preferir e suportar os males que já temos,

A fugirmos pra outros que desconhecemos?

E assim a reflexão faz todos nós covardes.

E assim o matiz natural da decisão

Se transforma no doentio pálido do pensamento.

E empreitadas de vigor e coragem,

Refletidas demais, saem de seu caminho,

Perdem o nome de ação.


( William Shakespeare)

domingo, 1 de janeiro de 2006

Feliz Ano Novo!

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